domingo, 20 de junho de 2021

Nota de Solidariedade do Emancipação do Trabalho a Liga dos Camponeses Pobres



Desmascarada outra investida reacionária no horizonte do movimento camponês


Nota de Solidariedade do EdT a LCP

Na manhã do dia 14 de maio de 2021, policiais militares cercam o acampamento Manoel Ribeiro e atacaram covardemente 10 camponeses, atropelando e prendendo 4 acampados (Ezequiel, Luis Carlos, Estefane e Ricardo). O acampamento representa a resistência da luta da antiga fazenda Santa Elina, retomada pelos camponeses depois do massacre que ficou conhecido nacionalmente, quando pistoleiros em conjunto com a PM aterrorizaram e torturaram centenas de camponeses, assassinaram 11 camponeses, inclusive a pequena Vanessa, de apenas 7 anos, em 1995. O conflito ficou conhecido como o Massacre de Corumbiara.

Bolsonaro/Mourão vem desencadeando uma série concatenada de ações que visam intimidar a luta operário-popular. Essa ofensiva é parte da fascistização da vida nacional, que tem o capitão e o general na gerência de turno, como capachos do imperialismo estadunidense, da burguesia rentista e do latifúndio de velho e novo tipo.

Nabhan Garcia é um latifundiário, que defende a apropriação das terras públicas, das terras indígenas e as dos camponeses pobres pelos ricos latifundiários. Para realizar essa rapina ele foi designado secretário de Assuntos Fundiários da Presidência. Para ele, as tímidas desapropriações das últimas décadas, que nem de longe podem ser chamadas de reforma agrária, precisam ser anuladas: “Essa reforma agrária dos últimos 30 ou 40 anos foi um desserviço ao país. Ela tem de ser revista, precisa ser revista”. O plano ambicioso dessa gente fascista é reinvadir a Amazônia:

“A meta de Nabhan Garcia é implementar a regularização fundiária autodeclarada, ou seja, feita pelos próprios ocupantes da terra. É assim que o governo pretende titular 600 mil propriedades de até 2.500 hectares na Amazônia Legal. A intenção é ocupar o que o governo vê como vazios demográficos com a lógica da integração nacional da ditadura: “O que deu muito certo no Brasil foi na década de 70, quando os governos [militares] fizeram uma colonização agrária dando oportunidade para aquele que tinha vocação”, diz Nabhan.

O governo deve enviar uma medida provisória ao Congresso com a proposta de regularização. Há 32 milhões de hectares na Amazônia em situação indefinida (sem escritura), além de sobreposição de fazendas com terras indígenas, com áreas de proteção ambiental ou com terras públicas.” (Quem é Nabhan Garcia, o todo-poderoso secretário fundiário de Bolsonaro)


Para isso, ele e seu governo precisam inverter a ordem das coisas, passar mentiras (fake news) como sendo verdades e verdades como sendo mentiras. Eles invadem as terras para especulação imobiliária, desmatamento ilegal, roubo de madeira e recursos minerais e toda ordem de atrocidades mas acusam de invasores os que precisam da terra para viver e produzir. Segundo o poderoso chefinho do latifúndio e ex-presidente da assassina UDR:

“Nesse governo o MST é uma organização criminosa que invade propriedades. Quem comete ato ilícito, fora da lei, é organização criminosa. Vou defender invasor de propriedade? A lei diz que se invadir é crime, fora da lei” (idem).

A ordem é perseguir os indígenas, quilombolas, camponeses pobres e suas organizações de resistência e luta. Então, ele criou uma cortina de fumaça, um álibi fantasmagórico de que a Liga dos Camponeses Pobres é um engendro das “FARC no país”, “que se trata de uma organização terrorista”. Deste patamar, desenvolverão uma sórdida investida reacionária no movimento camponês como parte de um plantel de ações apara desqualificar a luta popular em geral e desarticular a luta no campo e na cidade.

Com o governo na mão, como instrumento de defesa dos seus interesses de classe, a direita está invocando a intervenção da Força Nacional de Segurança, neste caso, com o uso da Lei de segurança Nacional, e todo seu repertório de estado policial. Foi solicitado pelo governador de Rondônia, o bolsonarista Marcos Rocha, do PSL, indo pessoalmente a mando de seus patronato Latifundiário, para o beija-mão do atual mandatário do Alvorada Jair Bolsonaro fazer o amedrontado pedido. Não por acaso, o atual secretário de segurança estadual é o coronel Hélio Cysneiros Pachá, que na época do massacre de Santa Elina comandou, como capitão, a tropa ordenada a massacrar barbaramente os trabalhadores.

A facistização da vida nacional tem como condição, sine qua non, destruir as organizações da classe trabalhadora. Sua finalidade é aniquilar a democracia operária e camponesa, seus sindicatos e movimentos sociais, sufocar a sua luta organizada, independente e combativa.

Conquanto, nem um de nós estamos imunes a sanha dessa senil patifaria facistoide. Com seu triste fim anunciado, quer levar para sua tumba tudo que está a sua volta, como um buraco negro, a antimatéria, sugando tudo ao seu redor. Sabendo que vai perder as eleições no próximo ano, Bolsonaro prepara um auto-golpe para manter sua corja no poder.

Toda essa ação tem uma lógica, não é ao acaso, ela faz parte de uma escalada golpista: os assassinatos de lideranças do MST no Paraná; operação de extermínio na favela do Jacarezinho, o maior massacre do Rio; prisão de um professor em Goiás por colar no carro um adesivo dizendo nada mais que o óbvio, que Bolsonaro é genocida; ação arbitrária e desproporcional da polícia nas mobilizações de 29 de maio último em Recife, arrombamento, invasão e prisão de lideranças da LCP em Rondônia durante operação policial marginal.

Factóides jurídicos contra professores na universidade federal de Pernambuco e da universidade estadual do Ceará, são todas essas, ações incidentais, que tem como fio condutor a contra-revolução, permanente e preventiva, entretanto, ocultos sob a maquilagem do disfarce da “ordem”, da “segurança”, da “liberdade”, com auspícios do manto democrático.

Nós do Emancipação do Trabalho, como socialistas e revolucionários e, portanto, consequentes e verdadeiros democratas, emprestamos nosso apóio incondicional a todo movimento camponês e em especial nesta ocasião a Liga dos Camponeses Pobres, que é alvo da sanha factoide dessa caricatura de Bonaparte dos trópicos e seu estado policialesco.

Contém conosco, do Emancipação do Trabalho (EdT) nesta trincheira democrática.

Contra a investida reacionária Bolsonarista!

Pela destruição do Latifúndio, terra para quem nela vive e trabalha!

Contra a intervenção da Força Nacional de Segurança no movimento Camponês de Rondônia e na LCP!

Abaixo o governo miliciano de Bolsonaro! Todo apoio ao movimento Camponês e a luta popular!




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